Quando o papel higiênico custa um dinheiro

Escrever sobre "morar sozinho" não é lá muito original. Basta digitar essa sentença naquele que tudo sabe e inúmeros blogs, sites, páginas do facebook, tirinhas, e etc aparecerão com as mais diversas opiniões sobre o assunto. Mesmo assim, resolvi correr o risco de ser clichê e pouco criativo e decidi escrever sobre minha experiência nesse assunto, simplesmente pra dar o meu parecer depois de 1 ano vivendo essa experiência.

Tirinha tirada do site profeticos.net neste link aqui

Morar sozinho é tudo isso que se diz mesmo. Tem milhares de prós, e outros milhares de contras. Lembro que no dia que peguei a chave do meu apartamento e abri a porta pela primeira vez, me senti o dono do mundo. Que sensação boa essa. A gente pensa que pode tudo mesmo. Aí no começo larga roupa na sala, come no sofá, pixa a parede. Olha pra geladeira e se orgulha que dentro dela só tem cerveja e ovo. Chega e sai a hora que quer sem ninguém perguntar nada. Meu Deus, que vida! Mas essa lua de mel com você mesmo dura mais ou menos umas 6 horas. Com sorte, estende-se pra uns 2 ou 3 dias. Até que você mesmo começa a reclamar daquilo tudo que você dizia que ninguém mais reclamaria. Sua roupa na sala te incomoda. Seu estômago sente falta de algum alimento diferente do ovo e do miojo. Você lava sua roupa (leia-se joga na máquina com um pouco de sabão, medido no olho) mas elas parecem sempre sujas. Um desavisado que olha sua pia pensa que moram 12 pessoas na casa, de tanta coisa acumulada. E aí começa a virar um pesadelo. Mas ele também é passageiro. Com o tempo você se acostuma, e até começa a se sentir bem fazendo tarefas domésticas. E as coisas vão se encaixando. Depois chegam as primeiras contas, mas tudo certo, afinal você só foi morar sozinho porque tinha condições (muitas vezes, dadas pelos pais, é verdade). Paga cheio de orgulho, se sentindo novamente o dono do mundo. Mas no decorrer do mês a grana começa a ficar curta. E é exatamente nesse momento que você se dá conta que tudo custa dinheiro. Os 2 reais da latinha de cerveja no supermercado valem os mesmos 2 reais do detergente. Que uma long neck de Stella equivale a 10 dias de miojo. Que aquele dinheiro do sushi com a namorada já foi previamente revertido em energia elétrica. Porra, ta foda! Mas você é um guerreiro e tira tudo de letra. Corta aqui, aperta ali, e vai levando, até chegar a provação final: o papel higiênico. Eu duvido que alguém que foi morar sozinho tenha planejado orçamento contando com isso. Papel higiênico nunca custou dinheiro. O sabonete tudo bem, o detergente também, mas o papel higiênico não. Na casa da sua mãe, do amigo, da namorada, do tio, do vô, em qualquer lugar, quando você precisou ele estava ali. Se não posicionado onde deveria, na pior das hipóteses bastava abrir o armário embaixo da pia. É, mas vai chegar chegar o dia que ele não vai estar lá, e você vai descobrir que ele custa um dinheiro. E nesse dia vai passar um filme na sua cabeça, e sua maturidade e dignidade será posta a prova por um maldito rolo de papel higiênico. Que merda!

Tem um texto bem mais sério, legal e bem escrito sobre morar sozinho nesse link aqui.

Nenhum comentário: