Teve Copa

Bastian Schweinsteiger comemoração Alemanha Copa do Mundo (Foto: Getty Images)


Croatas reclamam. Mexicanos vacilam. Camaroneses brigam. Espanhois sofrem. Chilenos acreditam. Holandeses jogam frescobol. Australianos se divertem. Japoneses recolhem seu lixo. Colombianos jogam bola. Gregos defendem. Marfinenses tentam. Uruguaios mordem. Italianos vão embora cedo. Equatorianos ficam pra trás. Costa-riquenhos fazem história. Suíços passam calor. Coreanos passam despercebidos. Russos têm belas camisas. Franceses fedem. Muito. Hondurenhos não fedem. Nem cheiram. Argentinos cantam. Argentinos incomodam. Argentinos andam em bandos. Argentinos acreditam de fato que Maradona é maior do que Pelé. Ganeses cheiram dinheiro. Iranianos pedem pênalti. Portugueses se olham no telão. Ingleses passeiam. Nigerianos dançam. Bósnios existem. Americanos se rendem. Belgas bebem. Argelinos oram. Brasileiros não acreditam. Alemães sobram. Todos vieram. Teve Copa.

Faltou futebol

Não sou jornalista, nem comentarista, muito menos tenho qualquer ligação profissional com o futebol. Mas sou um grande fã desse esporte. Um torcedor orgulhoso da Seleção Brasileira. E como tal, essa derrota de ontem machuca. Machuca pela forma, pelo resultado, por tudo.

Se havia na Copa uma seleção que podia nos vencer sem machucar era a Alemanha. Podíamos perder pra eles e sair aplaudidos, com a missão cumprida. Eles tem um timaço. Eles se preparam pra essa Copa há anos. No campo sempre foram os verdadeiros favoritos. Mas a atuação lamentável de ontem conseguiu fazer com que mesmo a derrota mais aceitável se tornasse a mais vexatória.

Não faltou vontade. Não faltou entrega. Não faltou dedicação. Faltou futebol. E em um jogo entre gigantes camisa não decide. Porque do lado de lá também tem uma camisa poderosa (que, definitivamente, não era do flamengo). Pra vencer a Alemanha, pra ganhar uma Copa, é preciso jogar futebol, e nosso comandante esqueceu deste detalhe.

A grande maioria dos nossos jogadores esteve abaixo do que pode. Mas quem foi mal mesmo foi o Felipão, que se apegou ao emocional, ao cenário de uma Copa em casa, ao fator Neymar e principalmente à Copa das Confederações, e achou que naturalmente, através de alguma energia cósmica vinda de sei lá onde, o time ia engrenar e jogar a bola que jogou naquele torneio. E isso não aconteceu. Na Copa em que o bom futebol foi resgatado, o nível técnico superou expectativas, que seleções sem a mínima tradição mostraram que aprenderam e evoluíram, logo o time do país do futebol esqueceu de jogar bola. O 7x1 é apenas um requinte de crueldade pra fechar o caixão dessa seleção que esqueceu de levar o seu futebol pra Copa.

Mesmo assim não acho que o Felipão seja culpado. Nem os jogadores. Se tem algum culpado pelo vexame, além da Alemanha, é o próprio futebol brasileiro, sua organização, seus dirigentes, seu planejamento inexistente e sua dificuldade de assumir que o jogo evoluiu, e precisamos evoluir com ele.

Essa derrota dói. Mas tenho certeza que dói mais nos jogadores do que em mim. Hoje continuarei minha ralação, a vida dura de brasileiro, e esses jogadores irão para seus carrões, iates e milhões. Mas eles levarão esse resultado com eles, pra sempre, eu não. Por isso os apóio, os respeito, e torço por eles, pra que dêem a volta por cima daqui a 4 anos. Sou brasileiro e tenho orgulho do nosso futebol, aquele, jogado dentro do campo. Nosso país continua, nossos problemas continuam, nossa vida continua. Ganhar a Copa não mudaria o rumo. Perder também não. O que resta agora é, literalmente, bola pra frente.

Quando o papel higiênico custa um dinheiro

Escrever sobre "morar sozinho" não é lá muito original. Basta digitar essa sentença naquele que tudo sabe e inúmeros blogs, sites, páginas do facebook, tirinhas, e etc aparecerão com as mais diversas opiniões sobre o assunto. Mesmo assim, resolvi correr o risco de ser clichê e pouco criativo e decidi escrever sobre minha experiência nesse assunto, simplesmente pra dar o meu parecer depois de 1 ano vivendo essa experiência.

Tirinha tirada do site profeticos.net neste link aqui

Morar sozinho é tudo isso que se diz mesmo. Tem milhares de prós, e outros milhares de contras. Lembro que no dia que peguei a chave do meu apartamento e abri a porta pela primeira vez, me senti o dono do mundo. Que sensação boa essa. A gente pensa que pode tudo mesmo. Aí no começo larga roupa na sala, come no sofá, pixa a parede. Olha pra geladeira e se orgulha que dentro dela só tem cerveja e ovo. Chega e sai a hora que quer sem ninguém perguntar nada. Meu Deus, que vida! Mas essa lua de mel com você mesmo dura mais ou menos umas 6 horas. Com sorte, estende-se pra uns 2 ou 3 dias. Até que você mesmo começa a reclamar daquilo tudo que você dizia que ninguém mais reclamaria. Sua roupa na sala te incomoda. Seu estômago sente falta de algum alimento diferente do ovo e do miojo. Você lava sua roupa (leia-se joga na máquina com um pouco de sabão, medido no olho) mas elas parecem sempre sujas. Um desavisado que olha sua pia pensa que moram 12 pessoas na casa, de tanta coisa acumulada. E aí começa a virar um pesadelo. Mas ele também é passageiro. Com o tempo você se acostuma, e até começa a se sentir bem fazendo tarefas domésticas. E as coisas vão se encaixando. Depois chegam as primeiras contas, mas tudo certo, afinal você só foi morar sozinho porque tinha condições (muitas vezes, dadas pelos pais, é verdade). Paga cheio de orgulho, se sentindo novamente o dono do mundo. Mas no decorrer do mês a grana começa a ficar curta. E é exatamente nesse momento que você se dá conta que tudo custa dinheiro. Os 2 reais da latinha de cerveja no supermercado valem os mesmos 2 reais do detergente. Que uma long neck de Stella equivale a 10 dias de miojo. Que aquele dinheiro do sushi com a namorada já foi previamente revertido em energia elétrica. Porra, ta foda! Mas você é um guerreiro e tira tudo de letra. Corta aqui, aperta ali, e vai levando, até chegar a provação final: o papel higiênico. Eu duvido que alguém que foi morar sozinho tenha planejado orçamento contando com isso. Papel higiênico nunca custou dinheiro. O sabonete tudo bem, o detergente também, mas o papel higiênico não. Na casa da sua mãe, do amigo, da namorada, do tio, do vô, em qualquer lugar, quando você precisou ele estava ali. Se não posicionado onde deveria, na pior das hipóteses bastava abrir o armário embaixo da pia. É, mas vai chegar chegar o dia que ele não vai estar lá, e você vai descobrir que ele custa um dinheiro. E nesse dia vai passar um filme na sua cabeça, e sua maturidade e dignidade será posta a prova por um maldito rolo de papel higiênico. Que merda!

Tem um texto bem mais sério, legal e bem escrito sobre morar sozinho nesse link aqui.

Ano novo. Tudo novo. Ou quase.

2013 passou, mas vai ficar marcado. Desculpem iniciar o texto com esse clichê com C maiúsculo, mas ele de fato faz todo o sentido. Há alguns meses resolvi mudar (quase) tudo. Não que tenha sido de uma hora pra outra, a cabeça já vinha mudando lentamente, os objetivos, as crenças, as necessidades. Mas o dia da mudança chegou. Muita gente me achou maluco, irresponsável até. Alguns chamam de período sabático (mal sabem eles...). Outros de vida mansa mesmo (mal sabem eles, de novo...). Dizem até que sou rico. Mas não, não tem nada disso. Simplesmente deixei de lado aquilo que tomava todo o meu tempo (e também alguns cabelos) em troca de algum dinheiro e peguei meu tempo de volta, pra poder gastá-lo com o que realmente valha a pena. Resolvi fazer de todos os dias uma segunda-feira, um começo, um novo dia, um novo desafio. Sabe aquela história de parar de dar desculpas e fazer. Então, é isso. Eram tantas ideias, tantas vontades, tantos sonhos, e uma só desculpa. E no meio dessas ideias e vontades, o desejo de escrever sempre esteve presente. Por isso o blog está de volta, pra que eu possa escrever, sobre qualquer coisa, em qualquer formato, a qualquer hora. Sem briefing, sem prazo, sem necessidade de vender nada. Escrever 1 pouco de 1 tudo, um blog na contramão da internet, das regras, das estratégias. Um blog pra dividir opinião, falar sobre essa minha nova experiência, criticar o cotidiano, comentar futebol e escrever poesia. Ou seja, o mesmo blog de sempre. Bem-vindos de volta!